08/04/2020

Governança corporativa tem papel fundamental em tempos de crise, destaca especialista

“É importante que controladores, conselheiros e administradores tenham um bom canal de relacionamento explicando claramente a sociedade e seus pequenos acionistas o que está ocorrendo e o que está sendo feito para melhorar a situação da empresa pelo menos no médio prazo”, destaca Joaquim Rubens Fontes Filho.

A pandemia de COVID-19 que vivenciamos traz inúmeros problemas para a sociedade. Além do problema de saúde pública, há o impacto severo na economia, que já começa a ser sentida no Brasil. O professor da Escola Brasileira de Educação Pública e de Empresas, professor Joaquim Rubens Fontes Filho, fala sobre a importância da Governança Corporativa em tempos de crise para a websérie FGV – Impactos do COVID-19.

De acordo com o professor, o resultado das empresas já está sendo drasticamente prejudicado e isso se reflete também na bolsa de valores, onde os preços das ações caíram mais de 40% em dois meses no Brasil.

“Bolsa de Valores não significa apenas o movimento de grandes especuladores. Acima de tudo as bolsas são espaços importantes para as empresas buscarem recursos para novos projetos, desenvolvimento de novos produtos, expansão de mercados, enfim, para se manterem competitivas no mercado. No momento em que seus resultados podem ser prejudicados no longo prazo, é natural que o preço das ações desabe, como está ocorrendo atualmente no Brasil”, explica.

Ele acredita que esse movimento deve permanecer por algum tempo ainda, mas que as empresas devem estar preparadas para o momento da retomada. Ele destaca que as organizações devem estar preparadas para manter adequadamente as relações institucionais que foram construídas ao longo do tempo entre os agentes do mercado e a sociedade.

Joaquim Rubens destaca que, nesse momento a governança corporativa assume um papel fundamental, pois trata da relação entre os sócios e com a própria sociedade. Ele lembra de dois grupos importantes nessa estrutura. O primeiro deles são os pequenos investidores, que, com menos possibilidade de diversificarem suas aplicações, serão severamente impactados pela crise. Ele destaca que a saída desses agentes pode trazer problemas de liquidez para as empresas, que terão muito mais dificuldades de captar recursos. Outro grupo importante são os empregados, que fazem parte do conjunto fundamental de stakeholders de uma empresa.

“Governança corporativa significa equidade de tratamento dos sócios e transparência nas relações. É importante então que controladores, conselheiros e administradores tenham um bom canal de relacionamento explicando claramente a sociedade e seus pequenos acionistas o que está ocorrendo e o que está sendo feito para melhorar a situação da empresa pelo menos no médio prazo”, destaca.

O professor finaliza dizendo que é fundamental que se busque essas boas práticas e que a se consiga construir, ou ao menos manter, a estabilidade do mercado e o acesso das empresas a esses recursos.

 

Assista a entrevista https://www.youtube.com/watch?v=00m1TiKD0aM&feature=emb_logo

 

 

 

Autor: fgv FONTE: fgv

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